Africa Basquetebol

10 abril 2007

MOÇAMBIQUE : Torneio de Abertura: “Águia” com plumas de pavão

SUCESSO efémero ou então o começo efectivo de uma verdadeira viragem na bola-ao-cesto “alvi-negra”? Para os donos do projecto revolucionário, naturalmente optimistas, estão criadas as condições para que o prestígio do clube seja resgatado – razão por que foi buscar reforços à dimensão das suas ambições. Para os seus detractores, o actual momento não passará de força de soda. Seja para que lado pender a razão, a verdade manda dizer que, surpreendendo tudo e todos, particularmente as “rainhas” do Ferroviário e do ISPU, o Desportivo conquistou, fim-de-semana, o Torneio de Abertura em Basquetebol de Seniores Femininos da Cidade de Maputo, dando evidências do seu apetite voraz para a presente temporada.

Depois de ter ido buscar jogadoras-referência como Nádia Rodrigues, capitão da selecção nacional, Vânia Filipe e Sheila Dimande, que se foram juntar a Anabela Cossa, Valerdina Manhonga, Cátia Halar, Josefina Jafar, Sílvia Neves, Crechúlia Mondlane, entre outras, o Desportivo, provavelmente, não tivesse a noção de que poderia dar um grande salto, tendo em conta que campeão e vice-campeão não somente mantiveram a esmagadora maioria das suas estrelas cintilantes como também foram buscar outros recursos capazes de lhes colocar numa situação de desafogo.
Porém, para o desencanto das “locomotivas” e das “universitárias”, que primeiramente restringiam a luta pelos títulos para a sua bipolarização, surgiu uma “águia” glutona e com plumas de pavão a contrariar as suas contas, ao arrebatar o Torneio de Abertura. Em quatro partidas disputadas, a formação de Nazir Salé somou outras tantas vitórias, a última das quais, sábado, perante o Ferroviário pela marca de 65-59.

FAZER HISTÓRIA

Este triunfo sobre as campeãs nacionais constituía o segundo resultado conseguido pelas “alvi-negras” contra todos os prognósticos e conjecturas, após derrotar o ISPU por um ponto (57-56), suficiente para escrever direito em linhas... direitas a sus história nesta prova. Frente às “locomotivas”, terá sido, quiçá, o momento mais significativo para o Desportivo, se se considerar o enorme potencial da turma de Carlos Aik, com atletas bastante experientes do ponto de vista competitivo e que, em 2006, ganharam tudo o que havia a ganhar, internamente, para além da medalha de prata na Taça dos Campeões de África, em Libreville, no Gabão.

Diante das outras duas equipas participantes no evento, Desportivo bateu Académica por 44-32 e venceu Maxaquene pela marca de 56-41. As “tricolores”, no entanto, também não quiseram ficar atrás no que diz respeito ao apetrecho do seu time, sendo de destacar as internacionais Sub-20 Odélia Mafanela e Filomena Micato, que se juntaram a Esmeralda Casimiro, Gracinda Bucar, Yara Manhique, Alice Baessa, Cláudia Chembene e Deise Chirindza, filha da referência maxaquenense João Chirindza.

Entretanto, em seniores masculinos, o Ferroviário “vingou” a derrota sofrida pelos femininos, ante o Desportivo, ganhando por 68-57 e mantendo-se na liderança do Torneio de Abertura, que conhecerá o seu epílogo no próximo fim-de-semana. Já o Maxaquene bateu a Conseng pela marca de 68-47, enquanto Costa do Sol vencia Académica por três pontos de diferença (48-45).